Origem e Instalação
A história da capela do Colégio Nossa Senhora das Dores se entrelaça com a própria consolidação da instituição em São Paulo. Desde a fundação do colégio, em 1948, pelas Irmãs Escolares de Nossa Senhora (IENS), havia a preocupação em criar um espaço que fosse não apenas de oração, mas de formação espiritual para a comunidade educativa. Inicialmente, as práticas religiosas e momentos de oração ocorriam em espaços adaptados da antiga chácara adquirida, onde funcionaram as primeiras salas de aula. Porém, a presença de um espaço sagrado dedicado a Nossa Senhora das Dores, padroeira da instituição, era considerada fundamental para sustentar a vida espiritual do colégio.
Com o crescimento do número de estudantes e a ampliação da estrutura física, a construção da capela tornou-se uma prioridade. Assim, foi erguida uma capela própria no interior do colégio, harmonizando a arquitetura simples com elementos de devoção mariana, de modo a servir como lugar de oração, recolhimento e celebrações comunitárias.

Função Espiritual e Educativa
A capela tem, desde sua origem, a função de coração espiritual do CNSD. É nela que se realizam as celebrações litúrgicas que marcam o calendário escolar e a vida da Igreja, como missas, coroações de Nossa Senhora, celebrações penitenciais e momentos de oração coletiva. Também acolhe eventos institucionais de caráter espiritual, como o envio dos estudantes para atividades missionárias, os encontros de formação cristã e os retiros.
Mais do que um espaço físico, a capela simboliza o carisma das Irmãs Escolares de Nossa Senhora e a herança pedagógica de Madre Teresa de Jesus Gerhardinger, que entendia a educação como caminho de humanização iluminado pela fé. Nela, educar e evangelizar se unem, cultivando valores como solidariedade, respeito, espiritualidade e compromisso com a transformação do mundo.
Referência para a Comunidade Educativa
Para gerações de estudantes, a capela foi e continua sendo lugar de experiências profundas: os primeiros contatos com a espiritualidade cristã, a coroação de Nossa Senhora das Dores, os momentos de preparação para a Páscoa e o Natal, além das celebrações de datas especiais que integram a vida escolar. Famílias, professores e colaboradores também encontram ali um espaço para partilhar sua fé, fortalecendo a dimensão comunitária que sustenta o projeto educativo.
Atualidade
Hoje, a capela permanece como espaço central no colégio, tanto para o cotidiano da comunidade quanto para momentos marcantes de celebração. Em um mundo marcado pela velocidade e pela dispersão, o silêncio e a beleza simples de sua ambientação convidam ao recolhimento e à oração. Mais do que memória, ela se mantém viva como expressão do carisma das IENS e como farol espiritual para todos que fazem parte da história e da missão do CNSD.

O mosaico da nossa capela: uma obra de arte sacra da década de 1968.
“Ele representa a Anunciação. As figuras principais, como não podia deixar de ser, são Maria, o anjo e o Espírito Santo. Na metade inferior do quadro predominam cachos de uva e espigas de trigo formando uma primeira camada e, logo acima, entremeando com eles, lírios brancos. Justamente nesta parte está o sacrário. Este encerra o Pão da Vida e o Vinho. Logo acima dos lírios, as pedrinhas douradas aparecem em profusão e toda a parte é salpicada de estrelas. Maria, fruto da Vida trazida por seu Filho, já está numa esfera superior, está entre as estrelas. Ela, a chamada Estrela da Manhã, a que precedeu o Sol Divino, veio dos lírios. Foi elevada, é a bendita entre as mulheres. E ela, entre a terra e o céu, é a nossa mediadora. Em meio a toda essa realidade, recebe a saudação angélica e abriga, em seu seio, o filho de Deus engendrado pelo Espírito Santo. Como se vê, o quadro inspira muito, eleva nas preces, anima nas horas de incerteza diante de uma anunciação, por vezes incompreensiva ou de aspecto intransponível. Quem haverá de dar forças necessárias senão o Pão da Vida e o Vinho da salvação. Que muitos dos que verem esse belo mosaico possam ter uma grande motivação.”
Ir. Margarida Martins – ex-Diretora do CNSD
Texto escrito em 1980.














